Mas afinal, quem sou eu? Que valores suportam a minha noção de identidade?
Será que sei quem realmente sou, depois de retirar as máscaras que fui colocando, na tentativa de corresponder à imagem que alguém quis para mim?
Continuarei a ser aceite, respeitada, amada, se resolver mostrar outras facetas de mim? E será que, depois disso, conseguirei ainda reconhecer-me?
Estas são perguntas que invariavelmente se colocam quando vivenciamos alguma crise, quando algo de muito profundo é afectado em nós. Nestas alturas precisamos de respostas, queremos respostas.
A nossa identidade é o nosso motor, é aquilo que nos faz viver e viver por algo, chamemos-lhe um ideal, uma visão, uma missão, um propósito.
“Se uma mulher for inteira em si mesma, será motivada por uma necessidade de seguir os seus próprios valores íntimos, de fazer o que tem significado para si ou que a satisfaz, independentemente do que os outros possam pensar.” (Jean Shinoda-Bolen – As Deusas em cada Mulher). E é aqui que tudo começa, termina e faz sentido: que Valores são os meus?
Num contexto específico da minha vida, que valores são os meus? É isto que importa descobrir, de uma forma clara e inequívoca. De outro modo irei adaptar-me às conveniências, a fazer aquilo que se espera que faça, a reagir mais ou menos inconscientemente a um conjunto de memórias que ficaram armazenadas em mim.
Quando nos perguntam quem somos, é comum apontarmos para a zona do coração e devolver: Quem? Eu? A resposta está onde sempre esteve – dentro de nós. Há que haver um voltar para dentro. Há que definir, hierarquizar e honrar os nossos valores. Poderão não ser imutáveis, já que a impermanência é a constante dinamizadora da Vida, ainda assim deverão fazer-nos sentir, a cada momento, que são congruentes com o Todo em cada uma de nós.
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