Os quatro grandes asteroides, localizados entre Marte e Júpiter, foram descobertos nos inícios de 1800. Ceres, o maior de todos, foi descoberto em 1 de Janeiro de 1801 e, para os astrónomos é considerado, desde 2006, um planeta anão (tal como Plutão). A sua órbita em volta do Sol dura cerca de 4,5 anos e está um pouco mais de 4,5 meses em cada signo.
Estes asteróides foram batizados com os nomes de quatro grandes deusas da antiguidade, parentes de Júpiter / Zeus – Ceres e Vesta (irmãs), Pallas Athena (filha), e Juno / Hera (esposa). Estas deusas tinham uma posição equivalente às por Júpiter, Neptuno e Plutão. Na mitologia, os maiores presentes atribuídos por Ceres à Humanidade têm a ver com o ensino da agricultura e os Mistérios Eleusianos. A sua posição no mapa astrológico mostra-nos aquilo que nos nutre enquanto seres humanos
Para a leitura de um mapa astrológico, os asteroides trazem-nos informações muito interessantes que enriquecem a sua análise pela subtileza e informação adicional que acrescentam, uma vez que, à semelhança dos planetas, representam funções arquetípicas presentes na psique humana e que nos ajudam a estabelecer a ponte entre o nosso mundo pessoal e o mundo social. Tal como a Lua e Vénus, estes asteroides relacionam-se com os aspectos femininos da personalidade.
Para a Astrologia, Ceres está intimamente associada ao signo de Caranguejo: Tal como a Lua, mas acrescentando maior especificidade, representa o instinto e o amor maternal, realizado através da gravidez e da capacidade de proporcionar alimento físico (Ceres está associada a todas as problemáticas que envolvam distúrbios alimentares), psicológico (os condicionamentos negativos da infância que resultam mais tarde em problemas) ou espiritual. Os temas da fertilidade, parentalidade e reprodução, e o que diz respeito aos processos de adopção. Fala-nos acerca da compaixão, da capacidade para amar, acolher, valorizar e proteger os outros, mas também a nós. Está também associada à importância do desenvolvimento da noção do valor próprio como condição para a possibilidade de relacionamentos saudáveis.
Ceres aponta-nos para o reconhecimento das projecções que fazemos relativas às esperanças, aos medos e às desilusões que muitas vezes passamos para os nossos filhos. Convoca-nos a sabermos relacionar-nos com o mundo físico por ser dele que vem o alimento, mas também é físico o corpo que temos e é através dele que nos expressamos na matéria.
Ceres como regente da polaridade de Touro-Escorpião
Os temas do apego, da separação e da perda e da perda da inocência, da morte e renovação. Ceres fala-nos da necessidade de aprender a partilhar, de conceder ao outro a liberdade de fazer as suas escolhas e das consequências que surgem quando, obcessivamente, queremos manter, controlar, condicionar, para nos sentirmos seguras.
Ceres fala-nos sobre o sofrimento, o isolamento, a rejeição e o abandono, mas também de ser capaz de superar a tristeza, encontrar formas saudáveis para expressar a raiva, a revolta e a dor, a aprender a aceitar as mudanças e as separações. E que, por muito que custe, a perda é necessária para que algo de novo possa surgir.
Ceres associa-se também ao signo de Virgem
Ceres associa-se também ao signo de Virgem na capacidade para transformar as dádivas da natureza no alimento que permite que consigamos funcionar eficientemente e sermos produtivos. Os recursos da Terra – Touro – para produzir e alimentar a vida.
Ceres rege todas as formas de crescimento (associando-se aqui ao princípio de Júpiter), à preparação e distribuição de alimentos, mas também da utilização dos alimentos como fontes de cura.
A visão cíclica de Ceres fala-nos também da necessidade de adequar os ritmos e sabedoria da natureza à nossa própria vida, com tempos para trabalhar e outros para descanso e lazer.
Onde está Ceres é onde a abundância se desdobra e se multiplica, mas é também onde é necessária capacidade de discriminação.
Algumas expressões de actividades relacionadas com Ceres:
- Professores e educadores de crianças,
- serviços de apoio à infância,
- organizações de apoio à vida, doulas, parteiras,
- agricultura, jardinagem,
- actividades relacionadas com a confecção de alimentos, organizações de apoio alimentar,
- maternidade consciente,
- cuidados de saúde e fim de vida, trabalho hospitalar,
- trabalhos e rituais ligados aos ciclos femininos
Conta-se que foi o Mito de Ceres que deu origem às estações do Ano: Ceres tinha uma filha – Perséfone – que a dada altura é raptada por Hades – o deus do submundo.
Na sua enorme tristeza e raiva pela perda da filha, Ceres revolta-se e retira as bênçãos que havia dado à Humanidade. Os grãos e as plantas morreram, as pessoas começaram também a passar fome.
Júpiter intervém e envia Mercúrio ao encontro de Hades para tentar encontrar um acordo.
Quando isso acontece, Perséfone passa a estar seis meses ao cimo da terra, durante o tempo em que as flores brotam e as arvores dão fruto. Quando as folhas começam a cair e os dias começam a ficar mais curtos, Perséfone regressa ao reino de Hades.
Ísis para os egipcíos, Ceres para os romanos (que a festejavam na Primavera), Dea Matrona para a Gália celta, Maria para os cristãos, Deméter filha de Reia (a mãe de todos os deuses do Olímpo) e neta de Gaia (a Mãe-Terra) é a representação do amor incondicional da Grande Mãe.
CERES NO MAPA ASTROLÓGICO
Ceres irá mostrar-nos como lidamos com a autoestima, o valor próprio, o relacionamento com os nossos pais e filhos, o apego, a dependência, a perda, a separação, a partilha, o trabalho e a produtividade.
A sua posição por signo irá descrever a forma como fomos cuidados (nomeadamente, pela mãe) na infância e quais as nossas atitudes face aos temas relacionados com a nutrição – como nos nutrimos e como nutrimos os outros.
CERES NOS SIGNOS
Carneiro – A nutrição vem da autonomia e da capacidade de independência. Na infância deverá ter sido estimulada a estar sempre em movimento ser autossuficiente e independente. Por norma não sente grande necessidade de afecto.
Em desequilíbrio, pode sentir-se despreparada para assumir a responsabilidade pela sua própria autonomia.
Touro – Para eles, nutrição é segurança, estabilidade, conforto e afecto. O sentimento de valor próprio e aceitação vêm da aprendizagem de como ser capaz de proporcionar a si mesmo essa segurança.
Quando inseguros, podem ter tendência a sobre-acumular coisas.
Gémeos – A nutrição vem da educação, do diálogo, da capacidade para escutar e das pequenas viagens. A autoaceitação é baseada no sentir-se intelectualmente competente.
Em desequilíbrio – Se existirem dificuldades na aprendizagem ou se tentarem manipular mentalmente os outros.
Caranguejo – Nutrem-se através da relação com a mãe e a família mais próxima, ao se sentirem amados e alimentados. A autoaceitação é baseada na habilidade para expressar sentimentos e controlar as emoções.
Quando a nutrição foi escassa ou deficiente pode dar origem a dependências emocionais.
Leão – Identificam nutrição com autoexpressão. Idealmente, os pais destas crianças irão criá-las com a noção de orgulho por si mesmas, confiança nas suas capacidades e a saberem apreciar os esforços dos outros.
Desequilíbrio – A incapacidade para criar algo de que se orgulhem pode fazer com que se sintam rejeitados e percam a autoconfiança.
Virgem – Idealmente, a experiência da infância dotou-os com o sentido de competência, discriminação e autodisciplina. O sentimento de valor próprio surge quando conseguem dominar uma competência e expressá-la no mundo, ou através de saberem que são úteis aos outros.
Desequilíbrio – Caso a criança tenha sido excessivamente criticada nos seus esforços pode conduzir a uma necessidade obsessiva em ser perfeita e em criticar as imperfeições dos outros.
Balança – Identificam nutrição com cooperação, beleza e harmonia. Idealmente, a sua criação proporcionou-lhe a aprendizagem de ser sensível aos outros e a ter uma atitude positiva face aos relacionamentos. A autoaceitação pode basear-se na demonstração da capacidade de criar relacionamentos harmoniosos à sua volta.
O desequilíbrio manifesta-se quando está tão orientado para o outro que coloca a sua necessidade de aceitação acima da sua autodeterminação.
Escorpião – Identificam nutrição com intensa e profunda ligação emocional. Idealmente, os cuidados maternais proporcionaram uma saudável experiência íntima e uma sensação de autocontrolo emocional. A autoaceitação surge quando proporcionam aos outros cura e transformação.
Desequilíbrio – Quando os sentimentos de isolamento são expressos em egoísmo, orgulho, inveja, raiva e vingança.
Sagitário – Idealmente a experiência da infância proporcionou a capacidade de alimentar o sentido de liberdade e a capacidade de expandir horizontes, quer físicos quer mentais. A autoaceitação vem da habilidade em encontrar propósito na sua vida e constantemente ir expandindo a consciência.
Desequilíbrio – Quando dá por si a acreditar que a vida não tem sentido nem propósito.
Capricórnio – Idealmente, a experiência da infância ensinou a ser responsável, organizada no seu tempo, a levar a cabo os planos e alcançar os objectivos que lhe permitam sentir-se realizada. Pode ter tido uma infância algo austera.
Desequilíbrio – Quando amar a si mesma está dependente das realizações que obtém, usando as suas conquistas para impressionar os outros, tendo em vista ganhar o seu reconhecimento.
Aquário – Identificam nutrição com individualidade, capacidade de autodeterminação e o reconhecimento dos direitos dos outros.
Desequilíbrio – Quando a criança não recebeu limites e orientações e irá precisar aprender a ter autocontrolo e autodisciplina para que consiga lidar com a responsabilidade da liberdade.
Peixes – Identificam nutrição com compaixão. Recebem nutrição quando se sentem ligados e unificados com uma realidade maior que si mesmas. A autoaceitação pode ter por base a capacidade de aliviar do sofrimento dos outros, seja por meio da empatia, seja inspirando fé, amor universal e o reconhecimento de uma realidade transcendente.
Desequilíbrio – Sentimentos de falta de esperança e falta de poder que podem conduzir a posturas de vitimização.
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